sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A cor da melancia


Quantas cores são necessárias para compor uma melancia? 
Provavelmente ao olhar para essa imagem você desfrute uma cor por vez; ou até mesmo se dê o direito de saudavelmente se deliciar com a mistura de todas elas. 
Ao pensar em uma melancia qual a primeira cor que vem a sua mente?
Talvez você pense só na casca e logo responda com muita originalidade que a cor da melancia é na verdade a mistura de verde, verde escuro, verde claro e branco; talvez você seja mais específico, pense na polpa da fruta e responda naturalmente que a melancia não é nem verde, nem verde claro, nem branca; muito menos a mistura dessas cores; e sim vermelha. E de repente você pode se dar conta do quão estranho é pensar que na verdade a cor que vemos, ou a mistura de cores que vemos é exatamente aquela que não pertence ao objeto; a física explica, basicamente, que as cores vistas são exatamente aquelas que os objetos refletem ao receberem um feixe de luz, absorvendo todas as outras.
E por vezes eu me pergunto: seria o normal apenas o aparentemente estranho? Ou o estranho seria o aparentemente normal? 
Seria aquilo que vemos realmente aquilo que há? Ou aquilo que vemos possui simplesmente a tonalidade que vemos?
Dilemas do nosso dia-a-dia.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Suicídio: conhecer para prevenir





Sim, as cenas que você vê nesse vídeo são de pessoas reais, cometendo suicídios reais. Tais cenas fazem parte do documentário "A ponte" filmado na Golden Gate, EUA. As imagens são desagradáveis, chocantes...é assim que o suicídio é. O suicídio é um fenômeno complexo que tem atraído a atenção de filósofos, teólogos, médicos,sociólogos e artistas através dos séculos; de acordo com o filósofo francês Albert Camus, em O Mito de Sísifo, esta é a única questão filosófica séria.

O suicídio é uma das 10 maiores causas de morte em todos os países, e uma das três maiores causas de morte na faixa etária de 15 a 35 anos. Em média, um único suicídio afeta pelo menos outras seis pessoas. Se um suicídio ocorre em uma escola ou em algum local de trabalho, tem impacto em centenas de pessoas.

SUICÍDIO E TRANSTORNOS MENTAIS

A pesquisa na área tem sugerido que entre 40 e 60% das pessoas que cometeram o suicídio consultaram um médico no mês anterior ao suicídio; destes, a maioria foi a um clínico geral, e não a um psiquiatra.
Os estudos, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países subdesenvolvidos, revelam uma prevalência total de transtornos mentais de 80 a 100% em casos de suicídios com êxito letal. Um achado comum naqueles que cometem o suicídio é a presença de transtornos comórbidos. Os transtornos que comumente apresentam-se em conjunto são alcoolismo e transtornos do humor (p. ex., depressão) e transtornos de personalidade juntamente com outros transtornos psiquiátricos.

Transtornos do humor

Todos os tipos de transtornos do humor têm sido associados com suicídio. Estes incluem transtorno afetivo bipolar, episódios depressivos, transtorno depressivo recorrente e transtornos do humor persistentes (p.ex., ciclotimia e distimia).
Características clínicas específicas associadas com aumento do risco de suicídio na depressão são:

  •    Insônia persistente.
  •    Negligência com os cuidados pessoais.
  •    Doença grave (particularmente depressão psicótica).
  •    Déficit de memória.
  •    Agitação.
  •    Ataques de pânico.

Os seguintes fatores de risco aumentam o risco de suicídio em pessoas com depressão:


  •     Idade menor que 25 em homens.
  •     Fases precoces da doença.
  •     Abuso de álcool.
  •     Fase depressiva de um transtorno bipolar.
  •     Estado misto (maníaco-depressivo).
  •     Mania psicótica.

Avanços recentes no tratamento da depressão são muito relevantes para a prevenção do suicídio em nível de atenção básica à saúde. Dados epidemiológicos sugerem que os antidepressivos reduzem o risco de suicídio entre os deprimidos. A dose terapêutica plena da medicação deve ser mantida por vários meses. No idoso, pode ser necessário continuar o tratamento por 2 anos depois da recuperação. Verificou-se que os pacientes em uso regular de lítio em terapia de manutenção tem um risco de suicídio diminuído.

COMO IDENTIFICAR PACIENTES EM ALTO RISCO DE COMPORTAMENTO SUICIDA


  •    Transtornos psiquiátricos (geralmente depressão, alcoolismo e transtornos de  personalidade).
  •    Doença física (doenças terminais, dolorosas ou debilitantes, AIDS).
  •    Tentativas anteriores de suicídio.
  •    História familiar de suicídio, alcoolismo e/ou outros transtornos psiquiátricos.
  •    Estado marital solteiro, viúvo ou separado.
  •    Viver sozinho (isolamento social).
  •    Desemprego ou aposentadoria.
  •    Luto na infância.

Se o paciente encontra-se sob tratamento psiquiátrico, o risco é maior naqueles que:


  • Tiveram alta recentemente do hospital.
  • Tem história de tentativas anteriores.

Além disso, fatores de vida estressores recentes que foram associados com um risco aumentado para suicídio incluem:


  •    Separação marital.
  •    Luto.
  •    Problemas familiares.
  •    Alterações no status ocupacional ou financeiro.
  •    Rejeição de uma pessoa significativa.
  •    Vergonha e medo de ser culpado de algo.


Mitos
Realidade
Os pacientes que falam em suicídio
raramente o cometem.
Os pacientes que cometem suicídio
normalmente dão alguma pista ou aviso antecipadamente. As ameças devem ser levadas a sério.
Perguntar sobre suicídio pode provocar atos suicidas.
Perguntar sobre suicídio frequentemente reduzirá a ansiedade a respeito deste tema; o paciente pode sentir-se aliviado e melhor
compreendido.


PRECAUÇÕES

·         Melhora falsa ou enganosa: Quando um paciente agitado de repente fica calmo, ele pode ter tomado a decisão de comter suicídio, daí a calma após a decisão.
·        Negação: Pacientes que tem intenções muito sérias de suicidar-se podem deliberadamente negar a ideação suicida.

Leia mais em:

http://www.abelsidney.pro.br/prevenir/medicos.pdf





terça-feira, 7 de setembro de 2010

CONSTRUINDO SOLUÇÕES PARA DESCONSTRUIR PROBLEMAS



1ª JORNADA DE PSICOTERAPIA BREVE 
com o tema central: CONSTRUINDO SOLUÇÕES PARA DESCONSTRUIR PROBLEMAS. 

Nos dias 05,06 e 07 de novembro.
Maceió - AL



A Psicoterapia Breve é um ramo da psicologia clínica focada na solução de problemas, conseguindo através da formulação estratégica de intervenções, o desenvolvimento natural do potencial humano para a construção do equilíbrio e do bem-estar. 

Este evento contará com a participação de palestrantes renomados, na área de psicologia, como João Facchinette (AL), diretor do Instituto Erickson / Maceió e professor do curso de Extensão em Hipnose e Psicoterapia Breve ; Julia Kovacs (SP), autora de livros como: Fundamentos de Psicologia Morte e Existência Humana; Educação para Morte: Desafios na Formação de Prof. de Saúde e Educação e outrosJosé Augusto Mendonça (BH), autor do livro A Magia da Hipnose na PsicoterapiaAngela Cota (BH), autora de livros como Abrindo Portas com AmorLika Queiroz (BA), Uma das Fundadoras da Gestalt-Terapia no Brasil. Dentre outros grandes nomes da psicoterapia breve. Será uma oportunidade imperdível de aprimorar e adquirir novos conhecimentos no campo da psicologia. 

Mais informações: Instituto Erickson / Maceió (82) 3326-1421 ou hipnose@superig.com.br ou jornadapb@yahoo.com.br

Progamação :

Palestra: Psiconcologia - Julia Kovacs (SP)
Mesa redonda: Construindo soluções para desconstruir problemas
Palestra: O desafio da Psicoterapia Breve no novo milênio - Lika Queiroz (BA)
Palestra: Características essenciais no desenvolvimento da Psicoterapia Breve - J. Augusto (BH)
Mesa redonda: A mutável família moderna e as Terapias Breves com suas crianças
Palestra: A psicossomática na era da internet e suas intervenções terapêuticas - Leda Delmondes (SE)
Mesa redonda: A equipe no hospital atuando com pacientes em situações de crise
Mesa redonda: Fibromialgia

Mini-curso: trabalhando com crianças - Ângela Cota (BH)



terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em ritmo de galope


Em seu livro Imagery in healing, Jeanne Achterberg (1985) oferece ótimos exemplos das maneiras nas quais as expectativas influenciam o resultado no campo médico/físico (quem dirá no médico/psicológico). Ela relata uma história do livro de Norman Cousins, The healing heart, sobre um paciente criticamente doente, cujo músculo cardíaco estava irreparavelmente comprometido e com quem já haviam se esgotado todos os recursos terapêuticos. Durante as visitas seu médico mencionou à equipe que o paciente tinha um batimento cardíaco em ritmo de galope, na verdade um sinal de patologia importante. Vários meses mais tarde, o paciente foi fazer o check-up e sua recuperação havia sido fantástica. Ele contou ao seu médico que sabia o que havia feito com que ele melhorasse e exatamente quando isso ocorreu: 
"Na quinta-feira, pela manhã, quando você entrou com sua equipe, aconteceu algo que mudou tudo. Você escutou meu coração; parecia satisfeito com o que ouviu e disse a todos que estavam em volta do meu leito que eu tinha um batimento cardíaco em ritmo de galope, logo supus que eu deveria ter um coração muito forte e, portanto, não poderia estar morrendo. Soube naquele instante que iria me recuperar."  

Como o que esperamos influencia o que recebemos, uma terapia voltada para a solução mantém as pressuposições que intensificam a cooperação paciente-terapeuta, confere poder ao paciente. As predisposições das expectativas dos terapeutas, não importa se positivas ou negativas, influenciarão o curso e o resultado da terapia. Os pacientes têm recursos e forças para resolver suas queixas; é tarefa do terapeuta abrir caminhos para essas habilidades e colocá-las em prática.

* Texto extraído e adaptado de Hipnose e Psicoterapia Breve - módulo básico - Instituto Erickson de Maceió.    

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Depressão: quando encaminhar ao psiquiatra?



A depressão é uma condição relativamente comum, de curso crônico e recorrente. Está freqüentemente associada com incapacitação funcional e comprometimento da saúde física. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem estar, além de uma maior utilização de serviços de saúde. No entanto, a depressão segue sendo subdiagnosticada e subtratada. Entre 30 e 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico em cuidados primários. Muitas vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente adequados e específicos. A morbi-mortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida (em torno de 70%) com o tratamento correto.


Quando encaminhar ao psiquiatra?

  • O encaminhamento ao psiquiatra está indicado nas seguintes situações:

1) risco de suicídio;
2) sintomas psicóticos;
3) história de transtorno afetivo bipolar. 

  • O encaminhamento ou consultoria com psiquiatra é apropriado nas seguintes situações:

1) médico sente-se incapaz de lidar com o caso;
2) duas ou mais tentativas de tratamento antidepressivo malsucedidas
ou com resposta parcial.


Quando tratar com Antidepressivos?

Episódio depressivo moderado a grave e distimia

Os medicamentos antidepressivos são a primeira linha de tratamento independente da presença de fatores ambientais.

Episódios depressivos leves (primeiro episódio)

1) Antidepressivos não estão indicados;
2) educação, suporte e simples solução de problemas são recomendados;
3) monitoração para a persistência ou para o desenvolvimento de episódio depressivo moderado a grave.

Episódios depressivos leves persistentes

Teste terapêutico com medicamento antidepressivo.

Episódio depressivo leve em paciente com história prévia de episódio depressivo moderado a grave

Considerar tratamento com antidepressivo.

Episódios depressivos leves a moderados
Psicoterapias específicas para depressão (cognitiva e interpessoal) são alternativas efetivas aos medicamentos, dependendo da disponibilidade de profissionais e preferência do paciente.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Desejo

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Acadêmicos até às 24h


A direção do HGE continua sem receber as devidas ATENÇÕES das autoridades superiores em relação ao gerenciamento daquela unidade.
Corredores super/hiper- lotados, pacientes espalhados pelo chão em macas duras e sem o mínimo conforto; até mesmo internados em cadeiras.
 Tudo leva a crer, que por falta de verbas, o hospital continua na sua marcha fúnebre para o "rumo certo": O fundo do Poço.
Logo na entrada do HGE, nota-se um "noite de horrores" por falta de lâmpadas e postes quebrados. ( risco de assaltos)
Tomógrafo sem funcionar há mais de uma semana, falta de Kits de suturas, o que obriga aos acadêmicos iniciantes a trabalhar na forma  do improviso, repercutindo negativamente no aprendizado e aumentando o risco de acidentes.
Enquanto não se tomar uma providência mais séria e rigorosa, dentro em breve, as escolas de Medicina irão suspender os estágios nos hospitais de Emergência e Maternidades do Estado.
Falou-se em criar Residência Médica naquela unidade Hospitalar.
Já imaginou qual o grau de formação desses Residentes?
O problema do HGE é nosso velho conhecido.
Fora os graves problemas, resta ainda a imensurável insatisfação que habita  em  todos os níveis de funcionários: falta de alojamentos que ofereçam o mínimo de conforto, afinal de contas, instalações sanitárias adequadas  e isentas de insalubridade são normas do próprio Ministério da Saúde e da Vigilância sanitária.
Não adianta mudança de gestores, mas mudança de atitudes que respeitem aos funcionários, estagiários e acima de tudo aos pacientes.
E isso deve partir da secretaria de saúde e dos governantes.
A população agradece.
José Roberto de Moraes

domingo, 28 de março de 2010

Voar juntos, mas não amarrados


Conta uma lenda indígena que, certa vez, Touro Bravo e Nuvem Azul chegaram de mãos dadas à tenda de um velho feiticeiro da tribo e pediram:
- Nós nos amamos e queremos ficar juntos. Mas nos amamos tanto que queremos um conselho que nos garanta ficar sempre juntos, que nos assegure estar um ao lado do outro até a morte. Há algo que possamos fazer?
E o velho, emocionado, ao vê-los tão apaixonados e tão ansiosos por uma palavra, disse:
- Há o que possa ser feito: Nuvem Azul deves, apenas com uma rede, caçar o falcão mais vigoroso e trazê-lo aqui, com vida. E tu, Touro Bravo, deves caçar, também, apenas com uma rede, a mais brava de todas as águias e trazê-la para mim, viva!
Os jovens se abraçaram com ternura e logo partiram para cumprir a missão.
E o feiticeiro postou-se na frente da tenda para esperar os dois amantes com as aves.
O velho constatou que eram verdadeiramente os formosos exemplares que ele havia pedido e ordenou:
- Peguem as aves e amarrem uma à outra pelos pés com essas fitas de couro. Soltem-nas amarradas para que voem livres.
Eles fizeram o que lhes foi ordenado e soltaram os pássaros. A águia e o falcão tentaram voar, mas conseguiram apenas saltar pelo terreno.
Minutos depois, irritadas pela impossibilidade de voar, as aves se atiraram uma contra a outra, bicando-se até se machucarem.
E o velho disse:
- Jamais esqueçam o que estão vendo, este é o meu conselho.
Vocês são como a águia e o falcão. Se estiverem amarrados um ao outro, ainda que por amor, não só viverão arrastando-se como também, cedo ou tarde, começarão a ferir um ao outro. Se quiserem que o amor entre vocês perdure, voem juntos, mas jamais amarrados.
Libere a pessoa que você ama para que ela possa voar com as próprias asas.”

domingo, 14 de março de 2010

O abandono que gera dependência

Estava refletindo sobre uma situação muito frequente nos hospitais de urgência: o "piti", também conhecido como "peripaque".

O portador de tal mazela é o tipo de paciente mais negligenciado e, ainda assim, frequentador assíduo dos hospitais gerais. Tal paciente dá de cara com o desprezo e falta de paciência dos médicos atarefados e comprometidos com doenças importantes de verdade ali no plantão; sofrem com a falta de atendimento, mesmo quando atendidos. Recebem terapêuticas doses de injeções com água destilada, beliscões e gritos. Além dos reconfortantes prognósticos: "você não tem nada", "é coisa da sua cabeça" ou até um "isso é frescura".

A realidade dos serviços de urgência do nosso país é de superlotação, falta de recursos, péssimas condições de trabalho e remuneração pífia dos profissionais. Esses fatores somam-se dando como resultado a qualidade da assistência prestada a qualquer paciente, mas quando esse paciente é um "peripaque" tais fatores multiplicam-se elevados a potência da falta de empatia. O resultado raramente é tratamento.

...e assim, refletindo, veio-me à cabeça uma passagem do livro Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais por Paulo Dalgalarrondo:

A Histeria conta uma história. O afeto intolerável e a situação conflitante tornam-se inconscientes, através do recalcamento. O vínculo com a consciência se faz através dos sintomas: esconde e insinua a situação conflitante. As manifestações corporais são o retorno do recalcado. A via é simbólica, oposta à via anatômica. O corpo narra, fala, descarrega. O afeto é convertido na qualidade física da manifestação corporal.
O corpo dramatiza como num jogo de mímica, à procura de um decifrador. Corpo simbólico, história, corpo mímica, pedindo e evitando ao mesmo tempo ser desvendado. Não há lesão orgânica. A via é a da escrita. A anatomia é singular, relacionada à história da sexualidade e da vida do paciente. Contudo, o vínculo com a realidade é mantido. E quem a vivencia precisa de ajuda. Que não a neguemos.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O poder da palavra médica


Muito do que o médico faz, mesmo que não tenha formação ou conhecimentos sobre hipnose, é empregar de influência psicológica sobre o paciente.
Mesmo nos incrédulos dias de hoje a figura do médico se associa ao arquétipo do mágico, curandeiro e possuidor de conhecimentos secretos. As pessoas buscam seu conselho em momentos de aflição e sorvem suas palavras como vaticínios sobre seus destinos e caminhos. As roupas brancas, o instrumental de exame médico, o vocabulário diferenciado e a postura sóbria e segura que se espera de um bom médico impressionam e revestem de importância seus atos e palavras. Em qualquer consulta médica bem-sucedida verifica-se o aparecimento de rapport. Tanto que muitos pacientes referem melhora apenas com a presença e atenção do médico.
Os conselhos e orientações médicas são como que sugestões pós-hipnóticas, bem como as informações sobre o prognóstico da doença, que podem motivar o paciente para melhora ou mesmo piora. Substituir a palavra médica de poder que pode ser instrumento terapêutico por meras informações científicas inúteis ao leigo é desprezar o valor histórico da função médica.
O médico que mostra segurança e autoridade quanto ao diagnóstico e à efetividade do tratamento proposto muitas vezes está fazendo maior bem do que a própria ação química do medicamento seria capaz.

Dr. Alcimar José Vidolin

Trecho de Hipnose - alterando e desenvolvendo a consciência
Para saber mais visite o site: http://www.sonhoshipnoticos.com.br

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Aprenda a linguagem do silêncio


Por Osho

Você sempre permaneceu unido apenas informalmente, e quando está unido formalmente a alguém pode continuar enganando a respeito de mil e uma coisas disparatadas, porque nada importa — é só um passatempo.

Mas quando você começa a se sentir mais próximo de alguém surge uma intimidade, então até mesmo uma simples palavra que pronuncie é importante. Então você não pode brincar com as palavras com tanta facilidade, porque agora tudo tem significado.

Portanto, haverá lacunas de silêncio. A princípio você se sentirá estranho, porque não está acostumado ao silêncio. Você acha que deve dizer algo; do contrário, o que o outro irá pensar?

Sempre que você se aproxima de alguém, sempre que há algum tipo de amor, o silêncio vem e não há nada a dizer. Na verdade, não há nada a dizer — não há nada. Com um estranho, há muito a dizer; com os amigos, nada a dizer. E o silêncio se torna pesado porque você não está acostumado com ele.

Você não sabe o que é a música do silêncio. Você só conhece uma maneira de se comunicar, e essa é verbal, por intermédio da mente. Você não sabe como se comunicar por intermédio do coração, coração a coração, em silêncio.

Você não sabe como se comunicar apenas estando ali presente, por intermédio da sua presença. Você está evoluindo, e os padrões antigos de comunicação estão ficando insuficientes. Você terá de desenvolver novos padrões de comunicação não-verbal. Quanto mais alguém amadurece, mais necessária é a comunicação não-verbal.

A linguagem é necessária porque não sabemos como nos comunicar. Quando sabemos como fazê-lo, pouco a pouco, a linguagem não é necessária. A linguagem é apenas um meio muito primário. O meio verdadeiro é o silêncio.

Portanto, não tome uma atitude errada; do contrário, irá parar de crescer. Nada faz falta quando a linguagem começa a desaparecer; essa é uma ideia errada. Algo novo tem de aparecer, e os antigos padrões não são suficientes para contê-lo.

Você está crescendo e suas roupas estão ficando apertadas. Não é que esteja faltando algo; algo está sendo acrescentado a você a cada dia.

Quanto mais você medita, mais você ama e mais se relaciona. E, por fim, chega o momento em que apenas o silêncio convém. Assim, da próxima vez em que estiver com alguém e não estiver se comunicando com palavras, e sentir-se pouco à vontade, fique feliz. Mantenha o silêncio e deixe que o silêncio estabeleça a comunicação.

A linguagem é necessária para aproximar pessoas com quem você não tem um relacionamento amoroso. A não-linguagem é necessária para pessoas com quem você tem um relacionamento amoroso.

É preciso tornar-se inocente outra vez como uma criança, e calado. Os gestos sairão — às vezes vocês sorriem e dão-se as mãos, ou às vezes vocês apenas ficam em silêncio, olhando um nos olhos do outro, sem fazer nada, só estando ali, presentes.

As presenças se encontram e se fundem, e algo acontece que só vocês sabem. Só vocês, com quem está acontecendo — ninguém mais vai saber, tal aprofundidade em que acontece.

Aproveite esse silêncio; sinta-o, prove-o e saboreie-o. Logo você vai ver que ele tem a sua própria comunicação; que ela é maior, mais elevada, mais secreta e mais profunda. E que a comunicação é sagrada; há uma pureza em torno dela.

Osho

V.I.D.A. - um curta sobre depressão e suicídio

Ana Silvia é uma advogada e mãe que sofre de depressão a alguns anos, o que a levou a montar um grupo de apoio a depressivos que se reúne regularmente.

O filme acompanha um dia na vida desta mulher, no qual ela está enfrentando uma crise aguda de depressão, bem como o desencontro com sua irmã e a incapacidade de cuidar da filha. Mesmo assim ela reúne forças para moderar o grupo de pessoas que sofrem da mesma doença que ela, tendo nesse dia na reunião a presença de dois jovens que filmam os depoimentos para um documentário, sendo todos surpreendidos por uma revelação.

Para ver o curta vá diretamente ao site oficial: http://www.pensamentosfilmados.com.br/br/curtas/vida/

Visite também o blog do filme, onde você pode deixar depoimentos: http://www.filmevida.blogspot.com/

Concursos de fantasias animam Hospital Escola Portugal Ramalho

Festa acontecerá com animação em todas as alas da instituição e desfile pelas ruas do Farol

Agência Alagoas

A prévia da 18ª edição do Bloco Maluco Beleza do Hospital Escola Portugal Ramalho (HEPR) acontece no próximo dia 28 de janeiro, às 15h, na Praça Chiquinho, localizada no ponto central na sede da unidade hospitalar. Animados pela Banda da Polícia Militar de Alagoas, usuários, familiares, amigos, parceiros e colaboradores do hospital percorrem todas as alas da instituição.

De acordo com o gerente geral do HEPR, psiquiatra Audenis Peixoto, o objetivo da mobilidade da festa é levar alegria aos usuários acamados e aos que por razões psíquicas não conseguem se juntar ao grupo. “ A festa é para todos, mas sabemos que devido à inconstância da patologia, alguns não acompanham o momento festivo, e por isso, vamos até eles, levando o nosso sorriso”, explica.

Serão escolhidos o Rei e a Rainha do Carnaval 2010 que desfilarão em carro alegórico no dia 4 de fevereiro, quando do desfile oficial do bloco pelas ruas do bairro do Farol “Os candidatos irão representar suas alas, se apresentando com trajes carnavalescos, sendo observados critérios como traje, desenvoltura e contentamento”, destaca João Neto, psicólogo responsável pelo evento.

Uma outra atração que vai movimentar a prévia da festa de momo será o concurso de fantasias com material reciclável. “Os pacientes é que vão confeccionar sua fantasia, utilizando resíduos sólidos, como latinhas, papel, garrafas pet, revistas, retalhos, CDs e outros materiais transformados”, destaca a terapeuta ocupacional Claudete Lins, à frente da organização do concurso.


fonte: http://gazetaweb.globo.com/v2/noticias/texto_completo.php?c=194429

domingo, 24 de janeiro de 2010

(Ré)forma psiquiátrica?

Que mundo é este?

por Fernando Lejderman

A doença mental de Nathaniel Ayers, no filme O Solista, ilustra a difícil realidade dos moradores de rua de Los Angeles, EUA; também correspondente à das grandes cidades brasileiras. O filme se baseia na história de um jornalista que, ao procurar uma matéria interessante, encontra um músico morador de rua. Com o passar do tempo, o jornalista realiza inúmeras tentativas para recuperar o potencial artístico e a sanidade mental desse personagem, que um dia fora um artista de extremo talento.

Muitos moradores de rua são pessoas desgarradas da família devido à gravidade da doença mental que os aflige e/ou pelo uso simultâneo de álcool e drogas, sobretudo as mais baratas, como o crack. O número desses moradores de rua vem aumentando desde 1990, após a mudança da legislação em relação às hospitalizações psiquiátricas, que, a partir de então, exige a vontade manifesta e a anuência dos doentes para serem hospitalizados. Estima-se que o número de moradores de rua de Porto Alegre esteja ao redor de 1,4 mil; em São Paulo, é cerca de 14 mil pessoas.

Presumir que uma pessoa delirante, com o pensamento fragmentado, desconectada do senso de realidade comum, que se imagina poderosa como um Deus ou um ser extraterrestre, manifeste a sua vontade ou assine um termo de responsabilidade aceitando a necessidade de tratamento especializado é algo incompreensível, desprovido de conhecimento, em relação à lógica dos processos mentais. No entanto, é exatamente isso que vem acontecendo no dia a dia da assistência aos doentes mentais graves desamparados, no que se refere a suas doenças de base, que deterioram o estado psicológico, aumentam o contágio de doenças infecciosas, como hepatite C, tuberculose e aids, levando a completa decadência física e mental.

Além das ruas, também as prisões se tornaram um lar alternativo para uma parcela dessa população de doentes que, por fim, acaba cometendo pequenos delitos ou quadros de agressividade e agitação psicomotora. Recentemente, o jornalista Nilson Souza publicou uma crônica em Zero Hora que conta justamente a história de um doente mental que permaneceu durante vários meses numa prisão em Caxias do Sul, cujo apelido, certamente não por acaso, era Quase Nada. Que mundo é este em que doentes mentais ficam nas ruas e nas prisões?

No Rio Grande do Sul, a Lei Estadual nº 9.716, aprovada em 1992, proíbe a construção de novos hospitais psiquiátricos públicos, bem como o aumento de vagas nos já existentes. No Artigo 15 da lei, ficou estabelecido que a reforma psiquiátrica seria reavaliada quanto aos seus rumos e ritmo de implantação no prazo de cinco anos. Já se passaram 17 anos e, de lá para cá, a população de doentes mentais nas ruas cresce ininterruptamente. Está mais do que na hora de se rever esta legislação.

* PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE PSIQUIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Transtorno Bipolar do humor







Excelente reportagem, dividida em 3 partes, sobre o Transtorno Bipolar do Humor, anteriormente conhecido como Psicose Maníaco-Depressiva, que é um transtorno mental que acomete de 1 a 3% da população. Este transtorno é caracterizado pela ocorrência de episódios de depressão, alternados com episódios maníacos, que são episódios em que o paciente apresenta uma sensação de grande energia, podendo permanecer acordado, agitado ou realizando tarefas durante muito tempo seguido, sem se cansar; uma aceleração do pensamento, que pode ser observada por uma fala muito rápida e um por um fluxo de ideias que por vezes pode ser confuso, passando de um pensamento a outro por ligações tênues, como o som semelhante de duas palavras, ou uma mesma palavra repetida em duas ideias díspares; uma sensação de grandeza (como achar ser um grande artista, político ou atleta) e de múltiplas capacidades; descontrole de impulsos que podem se manifestar por gastos descontrolados, direção perigosa ou por uma conduta sexual exacerbada ou inadequada; uma sensação contínua de alegria, que não pode ser abalada nem por pensamentos tristes e, por vezes, episódios de irritabilidade ou agressividade. Por vezes, os episódios de depressão ou mania podem ser acompanhados por sensações que não correspondem à realidade (como ouvir vozes que outras pessoas não podem ouvir ou julgar estar envolvido em algum tipo de conspiração ou plano).

As primeiras manifestações do transtorno bipolar do humor ocorrem mais frequentemente
durante a terceira ou a quarta décadas de vida. Habitualmente, os pacientes portadores de transtorno bipolar do humor apresentam episódios depressivos ou maníacos e períodos sem sintomas entre eles. Se não for instituído tratamento, os períodos sem sintomas habitualmente se tornam mais raros e há grande prejuízo à vida pessoal.

Assim como na depressão, as causas do transtorno bipolar do humor são múltiplas: fatores bioquímicos (alterações em neurotransmissores), genéticos e ambientais.

Felizmente, o transtorno bipolar do humor é uma doença tratável. Em seu tratamento são empregados medicamentos conhecidos como estabilizadores do humor, que servem para tratar tanto os episódios depressivos quanto os episódios maníacos e também previnem a ocorrência de novos episódios. O tratamento desta doença é feito obrigatoriamente com o uso de medicamentos e pode ser complementado com o emprego de psicoterapia.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Sentir raiva é ruim, esconder a raiva é pior ainda

Homens que não expressam abertamente sua raiva diante de situações onde se sentem muito prejudicados, como por exemplo, se forem tratados injustamente no trabalho, duplicam o risco de um ataque cardíaco, conforme sugere uma pesquisa sueca. Os pesquisadores analisaram 2.755 trabalhadores do sexo masculino em Estocolmo que não tinham tido um ataque cardíaco.

As pessoas pesquisadas foram questionadas sobre como lidavam com o conflito no trabalho, fosse com superiores ou com colegas. Os pesquisadores dizem que o estudo mostra uma forte relação entre a raiva reprimida e doenças cardíacas.

As pessoas foram divididas em dois grupos; aquelas que lidavam racionalmente com os conflitos possíveis de gerar raiva, opinando ou manifestando descontentamento e aquelas que, embora sendo mobilizadas emocionalmente, deixavam as coisas passarem, não manifestavam qualquer reação emocional ao conflito. As pessoas do grupo, digamos, passivas, desenvolveram sintomas como cefaléia, dor de estômago ou apresentaram mau humor em casa.

Esse estudo começou em 1992 e terminou em 2003. Até o último ano de observação 47 das 2.755 pessoas estudadas tiveram um ataque cardíaco ou morte por doença cardíaca. Os homens que deixavam as coisas passarem sem dizer nada diante de situações estimulantes de raiva tiveram o dobro do risco de um ataque cardíaco ou morte por doença cardíaca grave, em comparação com os homens que agiam, questionavam e lidavam racionalmente com a situação.

Raiva

Os pesquisadores acreditam que a raiva pode produzir tensões fisiológicas se não for externada, e estas tensões internas levam ao aumento da pressão arterial que, eventualmente, acabam prejudicando o sistema cardiovascular. O Dr. Constanze Leineweber, do Stress Research Institute de Estocolmo, que liderou esse estudo disse: "... apesar de existir uma pesquisa anterior apontando sobre isso, a surpresa foi que a associação entre a raiva reprimida e doenças do coração não parecia ser tão forte como se demonstrou agora". Fonte: BBC .

A Raiva não é contra-indicada ao ser humano apenas por questão ética, mas, sobretudo, por seu aspecto médico. A Raiva mata ou, pelo menos, aumenta os riscos de ter algum problema sério de saúde, desde uma simples crise alérgica, ou grave úlcera digestiva, até um fulminante ataque cardíaco.

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