sábado, 20 de outubro de 2012

De cores e sombras



Mostrei o perigo
A dor e o riso
Expulsei o tremor do meu corpo
Apaguei as luzes e mostrei as sombras

Senti falta
Lembrei da presença
Senti-me cheio
Na ausência da ausência

Senti aperto
Lembrei da essência
Senti-me leve
Leveza por essência

A sombra assusta, é sem cor... traz consigo o frio.. o temor
Projeta de uma forma distorcida aquilo que é real
Nem sempre vemos as sombras... A luz é maior e mais forte
É preciso ter coragem para apagar as luzes e mostrar as sombras
Algo que se faz em terrenos firmes, na presença de confiança, amor e esperança
Não é em qualquer lugar que se caminha às escuras. É preciso sentir-se inteiramente à vontade e ter total confiança no terreno. Talvez, ao fazer isso, andando nas sombras, sem enxergar a beleza que há em si e a sua frente, você pise no solo de uma forma desajeitada, machuque o terreno as flores ou as gramas. Dói ver o belo terreno machucado.

Vejo um belo campo, largo e imenso com flores de todas as cores, com as mais belas borboletas pairando e me lembro que tudo isso foi nutrido e construído com a mais bela e forte luz, a luz que como a solar aquece de uma forma tão gostosa toda a vida presente nesse campo e de repente me dou conta que não só a luz foi vital para esse milagre da natureza... mas também as sombras... toda flor precisa de sombra para crescer completa e inteiramente... todo campo necessita de sombra para o prosperar da vida em si... o campo claro, iluminado é enorme. A sombra é pequena ali debaixo do pé de árvore. É possível descansar na sombra, é possível desfrutar de paz debaixo da árvore. É possível apreciar e se deliciar com seus frutos, até mesmo ali, debaixo das sombras. Mas o campo é muito maior, não é necessário ficar ali por muito tempo. Podemos correr, pular, gargalhar e deitar por todo esse terreno lindo, aquecido e colorido. E nesse campo todas as cores me lembram você.

domingo, 6 de maio de 2012

Sonhos de sabão



Às vezes penso que os sonhos são como bolinhas de sabão. Criados por um sopro de esperança vindo dos ingênuos pulmões de uma criança que desconhece a dor daqueles que se arriscam. Assim como as crianças olham para as bolinhas de sabão eu olho para os sonhos. Em câmera lenta elas parecem subir cada vez mais alto, e de tão frágeis que são, sobem cada vez mais lentas. É possível prolongar os sonhos, como as crianças fazem ao observar aquelas bolinhas de sabão. São encantadas é verdade, observá-las demais pode fazer com que cresça a expectativa de que as mesmas não estourem, afinal de contas é bonito ver as bolinhas brilharem um arco-íris dentro delas. Ainda assim elas estouram. Acabou o sonho? Eu costumava ficar triste quando as bolinhas de sabão estouravam. Mas com o passar dos anos fui percebendo um fenômeno interessante ocorrendo dentro de mim. Cada vez que eu criava uma nova bolinha de sabão, frágil e colorida, criava-se também, no meu ser mais profundo, a ânsia pelo fim que viria; agora o que eu queria mesmo era ver a bolinha de sabão estourar... e se espalhar... e espalhando junto com ela aquele meu sopro ingênuo e esperançoso para o mundo. Fui percebendo que a bolinha de sabão era o veículo, a forma redonda que simplesmente carregava as minhas intenções ao mundo. Era o estourar que eu desejava, afinal de contas, se a bolinha não estourar continuará restringindo a minha energia empenhada dentro dela mesma. Assim são os sonhos. Um sonho não se acaba... ele se transforma, realiza a energia empenhada e a expõe ao mundo. Hoje me vejo como a criança que descobre que seu real desejo é o estourar da bolinha. Que "O sonho" se transforme em realidade então. O que eu quero mesmo é estourar todos os meus sonhos.

Thiago Moraes 
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