terça-feira, 31 de agosto de 2010

Em ritmo de galope


Em seu livro Imagery in healing, Jeanne Achterberg (1985) oferece ótimos exemplos das maneiras nas quais as expectativas influenciam o resultado no campo médico/físico (quem dirá no médico/psicológico). Ela relata uma história do livro de Norman Cousins, The healing heart, sobre um paciente criticamente doente, cujo músculo cardíaco estava irreparavelmente comprometido e com quem já haviam se esgotado todos os recursos terapêuticos. Durante as visitas seu médico mencionou à equipe que o paciente tinha um batimento cardíaco em ritmo de galope, na verdade um sinal de patologia importante. Vários meses mais tarde, o paciente foi fazer o check-up e sua recuperação havia sido fantástica. Ele contou ao seu médico que sabia o que havia feito com que ele melhorasse e exatamente quando isso ocorreu: 
"Na quinta-feira, pela manhã, quando você entrou com sua equipe, aconteceu algo que mudou tudo. Você escutou meu coração; parecia satisfeito com o que ouviu e disse a todos que estavam em volta do meu leito que eu tinha um batimento cardíaco em ritmo de galope, logo supus que eu deveria ter um coração muito forte e, portanto, não poderia estar morrendo. Soube naquele instante que iria me recuperar."  

Como o que esperamos influencia o que recebemos, uma terapia voltada para a solução mantém as pressuposições que intensificam a cooperação paciente-terapeuta, confere poder ao paciente. As predisposições das expectativas dos terapeutas, não importa se positivas ou negativas, influenciarão o curso e o resultado da terapia. Os pacientes têm recursos e forças para resolver suas queixas; é tarefa do terapeuta abrir caminhos para essas habilidades e colocá-las em prática.

* Texto extraído e adaptado de Hipnose e Psicoterapia Breve - módulo básico - Instituto Erickson de Maceió.    

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Depressão: quando encaminhar ao psiquiatra?



A depressão é uma condição relativamente comum, de curso crônico e recorrente. Está freqüentemente associada com incapacitação funcional e comprometimento da saúde física. Os pacientes deprimidos apresentam limitação da sua atividade e bem estar, além de uma maior utilização de serviços de saúde. No entanto, a depressão segue sendo subdiagnosticada e subtratada. Entre 30 e 60% dos casos de depressão não são detectados pelo médico clínico em cuidados primários. Muitas vezes, os pacientes deprimidos também não recebem tratamentos suficientemente adequados e específicos. A morbi-mortalidade associada à depressão pode ser, em boa parte, prevenida (em torno de 70%) com o tratamento correto.


Quando encaminhar ao psiquiatra?

  • O encaminhamento ao psiquiatra está indicado nas seguintes situações:

1) risco de suicídio;
2) sintomas psicóticos;
3) história de transtorno afetivo bipolar. 

  • O encaminhamento ou consultoria com psiquiatra é apropriado nas seguintes situações:

1) médico sente-se incapaz de lidar com o caso;
2) duas ou mais tentativas de tratamento antidepressivo malsucedidas
ou com resposta parcial.


Quando tratar com Antidepressivos?

Episódio depressivo moderado a grave e distimia

Os medicamentos antidepressivos são a primeira linha de tratamento independente da presença de fatores ambientais.

Episódios depressivos leves (primeiro episódio)

1) Antidepressivos não estão indicados;
2) educação, suporte e simples solução de problemas são recomendados;
3) monitoração para a persistência ou para o desenvolvimento de episódio depressivo moderado a grave.

Episódios depressivos leves persistentes

Teste terapêutico com medicamento antidepressivo.

Episódio depressivo leve em paciente com história prévia de episódio depressivo moderado a grave

Considerar tratamento com antidepressivo.

Episódios depressivos leves a moderados
Psicoterapias específicas para depressão (cognitiva e interpessoal) são alternativas efetivas aos medicamentos, dependendo da disponibilidade de profissionais e preferência do paciente.


quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Acadêmicos até às 24h


A direção do HGE continua sem receber as devidas ATENÇÕES das autoridades superiores em relação ao gerenciamento daquela unidade.
Corredores super/hiper- lotados, pacientes espalhados pelo chão em macas duras e sem o mínimo conforto; até mesmo internados em cadeiras.
 Tudo leva a crer, que por falta de verbas, o hospital continua na sua marcha fúnebre para o "rumo certo": O fundo do Poço.
Logo na entrada do HGE, nota-se um "noite de horrores" por falta de lâmpadas e postes quebrados. ( risco de assaltos)
Tomógrafo sem funcionar há mais de uma semana, falta de Kits de suturas, o que obriga aos acadêmicos iniciantes a trabalhar na forma  do improviso, repercutindo negativamente no aprendizado e aumentando o risco de acidentes.
Enquanto não se tomar uma providência mais séria e rigorosa, dentro em breve, as escolas de Medicina irão suspender os estágios nos hospitais de Emergência e Maternidades do Estado.
Falou-se em criar Residência Médica naquela unidade Hospitalar.
Já imaginou qual o grau de formação desses Residentes?
O problema do HGE é nosso velho conhecido.
Fora os graves problemas, resta ainda a imensurável insatisfação que habita  em  todos os níveis de funcionários: falta de alojamentos que ofereçam o mínimo de conforto, afinal de contas, instalações sanitárias adequadas  e isentas de insalubridade são normas do próprio Ministério da Saúde e da Vigilância sanitária.
Não adianta mudança de gestores, mas mudança de atitudes que respeitem aos funcionários, estagiários e acima de tudo aos pacientes.
E isso deve partir da secretaria de saúde e dos governantes.
A população agradece.
José Roberto de Moraes
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