quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

"A fome tem uma saúde de ferro"


"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado? É comum, você já viu essas imagens antes.

Quem sabe até já se acostumou com elas.

Começa com aquelas crianças famintas da África.

Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.

Aquelas com moscas nos olhos.

Os slides se sucedem.

Êxodos de populações inteiras.

Gente faminta.
Gente pobre.

Gente sem futuro.

Durante décadas, vimos essas imagens.

No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.

Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.

São imagens de miséria que comovem.

São imagens que criam plataformas de governo.

Criam ONGs.

Criam entidades.

Criam movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.

Ano após ano, discutiu-se o que fazer.

Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.

Resolver, capicce?

Extinguir.

Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.

Não sei como calcularam este número.

Mas digamos que esteja subestimado.

Digamos que seja o dobro.

Ou o triplo.

Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.

Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.

Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia."

Texto do Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial.

5 comentários:

Camila Sousa de Almeida disse...

putzzzzzzz vc escolheu bem as imagens!!!

OO

:(

Pod papo - Pod música disse...

Isso é de indignar qualquer um. Os líderes dos países mais poderosos do mundo têm sim condições de melhorar a vida de todas as pessoas que precisam mas, querem o dinheiro para eles, o dinheiro que é nosso e deveria ser usado conosco! Para salvar banqueiros temos dinheiro mas para matar a foma de milhares de pessoas nunca temos nada, que absurdo!

Beijão!

Thiago Moraes disse...

pois eh ...
resolver n eh tao complicado qnto se apregoa, o complicado eh os poderosos quererem abrir mão da industria q os alimenta: a mesma industria q deixa milhoes sem alimento e na miseria!
a industria da fome
a industria da miseria
a industria da seca
a industria da alienação
...

Fernando Claro Dias disse...

Caro Thiago, tudo bem?
Sua constatação convida-me para oferecer minha solidariedade em forma de indignAÇÃO.
Peço-lhe licença para publicar o que escrevi no início da crise.

Vitória do ESpírito Santo, amém, 11 de novembro de 2008

Jamais acreditei na competência e seriedade do sistema capitalista em suas variadas formas.

Com esta crise mundial se desnudou, mais uma vez e de forma despudorada a face horrenda e cruel deste agonizante capitalismo selvagem, que num momento de semi-coma, reúne nutrientes bilionários para a perpetuação de sua vida bandida.

Estes grandes consórcios internacionais que empurraram quase um bilhão de seres humanos para a fome, a miséria e a morte, forjam uma aliança para perpetuar a exploração e a apartação econômica, social, cultural, educacional, mantendo milhões de seres humanos nos mais baixos níveis de dignidade humana, para o horror de nossa espécie.

É um crime de lesa-humanidade!

A crise americana enseja uma crise internacional, e deverá abater o Brasil e outros países irmãos que necessitam crescer com soberania, com um duro golpe no PAC, aumentos de salários de vereadores, de prefeitos, acrescido da confusão, digo, fusão “ITAUNIBANCO”, que certamente irá trazer demissões em massa.

Brecht diria que um crime hediondo foi cometido.
Rufiões em unidade de ação e propósitos, com especial fim de agir se associaram para lesar grande parte da população, prática que o CADE não vislumbra, até o momento, em rechaçar, impedir ou tipificar, provavelmente em razão da inocente falta de previsão legal.

Somas astronômicas em dólares e euros, reservas que jamais pensávamos poder existir surgiram para manter o CAPETALISMO - o paciente terminal - na UTI.

Para salvar a humanidade da fome e da miséria, NENHUM CENTAVO!

As grandes corporações transnacionais, em razão da trapalhada de bandoleiros internacionais diminuirão suas produções, jogando a classe trabalhadora na sarjeta pela via do desemprego em massa, para manutenção e defesa de seus lucros e patrimônios.

Que isso não sirva para abrandar nossa indignação, e sim para aumentá-la e transformá-la em ações que frutifiquem na constituição de um modelo que privilegie o ser humano, o trabalhador, as crianças, os jovens e idosos e, por último, o capital.
Os trabalhadores, o Povo Brasileiro não podem, não devem e não irão pagar esta conta!!!
Saudações humanistas e com amplas liberdades.
Fernando Claro
http://OCLARO.blogspot.com/

Mente Hiperativa disse...

A questão da fome não se resolve com cifras, milhões ou trilhões; mas sim com amor, humanidade e altruísmo.

Isso é que o mundo precisa.

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